O Projeto Chorões da Chapada selecionou 9 músicas de compositores da região para serem gravadas e tocadas em apresentação pública na cidade de Lençóis, até o mês de abril. Os músicos atenderam à chamada pública lançada em setembro de 2024 pelo projeto que foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
A ideia dos organizadores é fomentar a criação de novas composições deste gênero musical que ano passado se tornou patrimônio imaterial brasileiro reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
“Jaca de Pobre”, de Marcel Jaques
Marcel Jaques. Foto: arquivo pessoal
Marcel Jaques começou sua vida musical aos nove anos na Phylarmônica Lyra Popular de Lençóis. A música sempre esteve presente em sua família. Do lado paterno, o seu bisavô tocava trombone e bombardino na Harpa Diamantina (filarmônica extinta) e, do lado materno, tinha músicos de instrumentos de corda. Ele cresceu na cidade de Lençóis, onde vive até os dias de hoje. É casado e tem três filhos. Tem formação em Educação Física e atualmente está cursando sua segunda graduação, em Música. Seu primeiro contato com o chorinho foi através dos músicos veteranos da Lyra, Luizão e Arnaldo, e com seu padrinho e maestro Dadin, que o apresentou coletâneas desse estilo musical. Criou o grupo Choro Labuta com o propósito de expandir o contato de crianças e jovens de Lençóis com o chorinho, bem como aos adultos apreciadores deste gênero musical.
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“Percurso de Verão” de Toko Ciocca
Toko Ciocca. Foto: arquivo pessoal
É músico, multi-instrumentista, compositor e produtor musical. Natural de Uruguaiana, no interior do Rio Grande do Sul, é licenciado em Música pela Universidade Federal de Pelotas e em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra (Portugal).
Desde 2016, mora em Lençóis, onde montou o estúdio “Allegro Andante – Estúdio Móvel”. Já compôs trilhas sonoras para cinema, peças de teatro e espetáculos de dança. É também professor na rede de educação básica, ministrando aulas de Música e Artes para crianças e jovens.
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“Chuvinha do Capão”, de Mai Marsubara e Alexandre Oliveira
Mai Sato Matsubara. Foto: Lu Puigross
Mai Sato é cantora, compositora e musicista japonesa. Mãe de 5 meninos. Nasceu no Japão e mora na Chapada Diamantina desde 2015. Toca harpa japonesa “hanekin”, rabeca, violão, piano, berimbau e percussão. Apaixonada por música desde criança, participou de corais, óperas e musicais nacionais e internacionais.É integrante do grupo de cantoras de música do mundo “Vozes de Raiz”, no Vale do Capão, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. O contato com o choro veio pelas aulas com o professor Érico Lisboa, no Capão. Ele a incentivou a inscrever a sua música na chamada do projeto Chorões da Chapada. “ Acho incrível esse projeto para apoiar músicos da Chapada !! Agradeço muito”.
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“Rua do Areal” de Erico Lisboa
Erico Lisboa. Foto: Isael Anjos
Nasceu no Rio de Janeiro, no berço do choro. Começou no choro por influência do pai que apreciava o gênero musical e passou a se dedicar a partir das aulas com Marcus Ferrer, na Proarte. Também teve aulas com o professor Jayme Vignoli, na Casa do Choro, onde estudou composição e arranjo, além da prática de conjunto. Compôs o álbum Corredeira e, mais recentemente Pedra Riscada gravada com músicos da Bahia e do Vale do Capão. Mora no Vale do Capão desde 2022, e ao, chegar passou a fazer parte da União Diamantina Orquestra. Atualmente participo das rodas de choro do grupo Choro do Beco, no Capão, e, à distância, do projeto Rio de Violas, que juntou os violeiros do Rio de Janeiro.
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“Meu Coração”, de Gustavo Barbosa
Gustavo Barbosa. Foto: Vanja Freitas
Nasceu em 1950, no Rio de Janeiro, onde morou a maior parte da sua vida antes de vir definitivamente para Lençóis, em 2020. É profissional da Comunicação, atuando como editor, escritor e professor. Desde criança aprendeu música – acordeom aos 10 anos, piano aos 12 e violão aos 18.
Participou de festivais estudantis como compositor, mas a censura a uma de suas canções no Festival Universitário de 1969, o desgostou profundamente. Ele conta que, com o passar dos anos, foi voltando a tocar e a compor, principalmente após a mudança para Lençóis.
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“Aguadeiro”, de Alexandre Oliveira
Alexandre Oliveira. Foto: arquivo pessoal
Nasceu em Itabuna, na Bahia, e morou a maior parte da sua vida em Coaraci. É formado em Enfermagem, mas, desde que o seu avô materno o presenteou com um violão ele pôde, além de escutar muita música, “mover o dom” cantando e tocando violão. Mora no Vale do Capão há mais de 3 anos na companhia de 4 cachorros e 1 gato. Ele conta que já gostava de chorinho, e, no Capão passou a ter mais acesso a rodas de choro e a vivenciar de perto esse gênero musical.
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“Tira o Pé, Lôro”, de Mel Sakamoto e Erico Lisboa
Mel Sakamoto. Foto: @catenuze
Graduada em Comunicação das Artes do Corpo/Dança, clarinetista, cozinheira e mãe solo. Tem ancestralidade japonesa e influência da cultura urbana paulistana, bem como do sertão da Bahia, que, segundo ela, é reinventado, vivido e imaginado através de histórias, viagens, cantigas e memórias.
É apaixonada por forró, e, desde que chegou no Vale do Capão em 2009, sopra melodias pelo caminho e em salas de reboco com a banda “Forró Arado”. Idealizadora do projeto “Mudarejo, onde tudo é possível” (2010 – 2014), e do projeto “Chôro do Bêco” (desde 2023) na parceria da Casa da Música do Vale do Capão, por meio do qual manifesta o amor pelo chorinho atuando em sua propagação e disseminação na região.
Fale com Mel: 16 99274-8579
“Choro da Cajaíba”, de Artur Soares
Artur Soares. Foto: Helena Alba
Nasceu em Salvador e passou sua primeira infância em Lençóis. Foi introduzido na música, no ambiente familiar. Atuou em projetos musicais desde os 12 anos atuando como baterista. Na adolescência aprofundou contato com a percussão. Na idade adulta, tem se dedicado à vivência com a capoeira e o samba de roda. Além de percussionista, é poeta, compositor e artista visual. Toca como percussionista em projetos de samba, choro e forró, e atualmente se dedica aos lançamentos de seu trabalho musical autoral nas plataformas digitais, baseado na musicalidade nordestina. É bacharel e mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia. Em 2021 abriu a Galeria Soar, um espaço dedicado à mostra do seu trabalho como artista visual e de expressões artísticas como o choro, poesia e música autoral.
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“Choro Chapada” de Gustavo Rocha
Gustavo Rocha. Foto: Patrícia Salgado
Natural de São Paulo capital, 39 anos, e morador da Chapada Diamantina há 16 anos. Tem 3 filhos e espera a chegada do quarto. Estuda e trabalha com música desde 2006, tocando bateria, violão e cavaquinho em vários grupos, em diversos estilos. “Para mim, a música instrumental é a música por excelência, pois os elementos mais importantes são as melodias, sejam elas em cordas, sopros ou percussões, e o choro é a música instrumental popular brasileira, trazendo em si uma linguagem completamente miscigenada onde estão presentes influências africanas, europeias, dos povos originários, sintetizando em forma de som toda a cultura brasileira”.
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Chorões da Chapada é uma iniciativa dos produtores Rodrigo Rodowicz (Zabelê Filmes) e Maiza Andrade para difundir composições de chorinho de autores do território de identidade da Chapada Diamantina. A ideia surgiu a partir do evento Café da Manhã com Chorinho na Pousada da Fonte, local que reúne músicos de Lençóis e de outras localidades da Chapada para a prática de chorinho, desde 2015.
O objetivo é realizar a gravação das músicas e um videoclipe do grupo Choro Labuta, de Lençóis, que vai executar as composições. O grupo, liderado pelo maestro Marcel Jaques, foi criado há mais de 13 anos, e é um expoente na execução do repertório clássico de chorinho. Para os idealizadores do projeto, mostrar novas composições deste gênero musical brasileiro criado no século é também uma contribuição para a sua salvaguarda.
A política cultural Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Chorinho é o nome popular do choro, um gênero musical brasileiro que surgiu no Rio de Janeiro no final do século XIX. É um gênero instrumental, mas também existem chorinhos com letra.
O chorinho é caracterizado por ser improvisacional e ter uma melodia envolvente. É uma fusão de influências musicais africanas, europeias e indígenas.
Os conjuntos que tocam chorinho são chamados de Regionais, e os músicos que o tocam são chamados de Chorões.
Em fevereiro de 2024, o Choro foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural do Brasil.
Atualmente, o Choro mantém-se vivo através de grupos e músicos dedicados, que preservam suas tradições e, ao mesmo tempo, renovam seu repertório com composições contemporâneas. Festivais e rodas de Choro acontecem por todo o país, reunindo músicos e apreciadores em uma celebração da cultura brasileira.
Rodrigo Rodowicz (Zabelê Filmes) 75 99109.4770
Maiza Andrade – 75 988871953
Instagram @choroesdachapada
Facebook choroesdachapada
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