Santa Dulce dos Pobres inspira milhares de fiéis em todo o Brasil, e agora sua mensagem de amor e solidariedade ganha um roteiro especial no coração da Chapada Diamantina. O Caminho Diamantino de Santa Dulce dos Pobres é o primeiro projeto de ecoturismo religioso de base comunitária da região, unindo peregrinação espiritual, contato profundo com a natureza e valorização das comunidades locais.
O Caminho Diamantino oferece duas formas de vivenciar a experiência. O Roteiro 1 percorre aproximadamente 130 quilômetros, conectando os municípios de Mucugê, Andaraí, Itaetê, Nova Redenção, Boa Vista do Tupim e Marcionílio de Souza. Boa parte do percurso margeia ou é banhado pelo Rio Paraguaçu.
Já o Roteiro 2 parte do município de Iramaia, funcionando como uma alternativa de percurso que também se integra ao circuito.
Em ambos os roteiros, cada passo revela não apenas paisagens de tirar o fôlego, mas também a oportunidade de vivenciar a fé, a tradição e a cultura que marcam a história do interior da Bahia.
O ponto culminante da peregrinação é a chegada ao Santuário Ecológico de Santa Dulce, localizado no assentamento de Nova Canabrava, em Boa Vista do Tupim. De lá, os romeiros seguem rumo ao Cruzeiro da Barragem Bandeira de Melo, em um trajeto de 7,5 km.
Esse caminho se transforma em uma verdadeira via de reflexão e espiritualidade: a cada 500 metros, uma placa convida à meditação, trazendo frases inspiradas nos valores do Dulcismo – filosofia de vida que traduz a simplicidade, a compaixão e a dedicação ao próximo, tão presentes na obra da primeira santa brasileira. No total, são 14 paradas meditativas, que remontam simbolicamente à Via Crucis.
O Caminho Diamantino nasce do esforço conjunto de gestores municipais, líderes comunitários e do Governo da Bahia, que enxergam no turismo religioso uma oportunidade de fortalecer a economia local e, ao mesmo tempo, preservar tradições de fé e solidariedade.
A visita do Secretário de Turismo do Estado, Maurício Bacelar, junto a prefeitos e representantes das cidades participantes, consolidou o compromisso de integrar o roteiro às políticas de valorização cultural e turística da Chapada Diamantina.
Mais do que um trajeto, o Caminho Diamantino de Santa Dulce dos Pobres é um convite para experimentar a fé em movimento, caminhar entre paisagens únicas e, sobretudo, vivenciar os ensinamentos de amor e doação deixados por aquela que ficou conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”.
Nascida em Salvador, em 1914, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, dedicou sua vida ao cuidado dos mais pobres e necessitados. Desde muito jovem demonstrava vocação para a solidariedade, acolhendo doentes e desamparados em sua própria casa. Seu trabalho incansável resultou na criação de obras sociais que se tornaram referência em assistência médica e apoio a comunidades vulneráveis.
Santa Dulce dos Pobres´. Crédito: Nascimento Azevedo (Wikipedia)
Reconhecida como “Anjo Bom da Bahia”, Irmã Dulce foi canonizada em 2019, tornando-se a primeira santa brasileira. Sua mensagem de amor, fé e entrega ao próximo segue viva, inspirando milhões de pessoas e transformando-se em patrimônio espiritual do Brasil.
Crédito das imagens: David Cerqueira, Paulinho Fernandes, Cel Design e Lúcio Moraes.
Fontes: @caminhodesantadulce, @santuariosantadulce, @obras.sociaissantadulce
Por Redação Flora em 16/09/2025.