Exposição de fósseis pré-históricos atrai curiosos à Chapada Diamantina

Antônio Laranjeira – 20 de fevereiro de 2023

Mais um bom motivo para visitar a segunda maior caverna do Brasil: a Gruta Lapa Doce também foi morada de animais da mega-fauna.

Teto de calcário e sílica impessiona pelo visual | Foto: Açony Santos

A Lapa Doce é um dos mais tradicionais roteiros turísticos para se conhecer as cavernas e o patrimônio arqueológico do sertão da Bahia. O local está localizada “debaixo” da área ocupada pela Fazenda Gruta Lapa Doce, no município de Iraquara, na região da Chapada Diamantina.

São 42 km de quilômetros de galerias geológicas, que chamam a atenção pela dimensão e beleza, possibilitando conhecer algumas das grutas mais deslumbrantes do mundo. Em meio a todo esse patrimônio natural, destaca-se a Lapa Doce, um conjunto subterrâneo que já foi considerado como segundo o mais extenso do Brasil que como uma joia subterrânea, um atrativo do Turismo de Conhecimento na região.

A novidade, além de três roteiros que o turista pode fazer, é uma exposição de fósseis encontrados na Gruta Lapa Doce.

“Após estudos de campo e pesquisas acadêmicas que começaram em 2020, buscamos pistas sobre como era o clima e o meio ambiente pré-históricos no período Pleistoceno”, comenta Claudia Sousa Lima.

Centro de Visitação e Pesquisa Simpliciano de Oliveira Lima Filho onde estão os fósseis
| Foto: Acervo

Onde fica

O espaço da exposição fica próximo da Gruta Lapa Doce, onde estão atrativos monumentais como o Poço do Lima, e consta de um ambiente museológico – que também leva o nome do “Seu Lima” – onde visitante podem fazer uma visita guiada, além um laboratório de pesquisa e uma sala para reserva técnica.

“Depois de algum tempo das chuvas mais fortes as galerias da gruta eram alagadas por assim dizer e com a diminuição da água começavam a surgir da terra os fósseis. Nós guardiãs e outros guias turísticos e condutores ecológicos passamos a juntar essas aparições. Isso despertou um grande interesse pela espeleologia, arqueologia e antropologia em mim. Por isso criamos um espaço público em que todos podem visitar e aprender juntos que espécies viviam aqui”, relata Claudia.

Este trajeto e o turístico, aberto à aproximadamente há 30 anos aos visitantes tem passeios de aproximadamente 1:30h com em média 1 km à 3 km. Todo este conduto é muito amplo, arejado e com formações rochosas com metros de altura que crescem em média 1 cm à cada 30 anos. Confira mais detalhes sobre os passeios.

“Os fósseis descobertos aqui ficam aqui, pois isso valoriza o patrimônio local e estão sendo estudados na própria localidade, envolvendo a comunidade habitante, principalmente jovens estudantes matriculados em escolas do município”, comenta Geovana Sousa Lima, guardiã da Gruta Lapa Doce.

Claudia e Geovana são duas irmãs guardiãs desse lugar. “Guardiã” é o título de honra dado às pessoas que cuidam deste patrimônio natural composto por rochas raras, fósseis de animais e arte rupestre. “O centro de visitação e pesquisa leva o nome de painho: Simpliciano de Oliveira Lima Filho (Seu Lima)”, comentam as atuais guardiãs.

Pesquisa de campo é etapa crucial além da observação das aparições de fósseis | Foto: Acervo

Os fósseis

Os fósseis ainda estão sendo identificados depois de coletados. O que já se sabe é que eles são a época pré-histórica chamado “Pleistoceno” que teve inicio a cerca de 2 milhões de anos e terminou a 11 mil anos.

“Os fósseis que estamos estudando ainda não datamos. Presumo algo em torno de 15 a 30 mil anos. Porém só saberemos depois da análise das amostras em laboratório. Até o presente, os fósseis encontrados, também existem em outras localidades da Bahia e do Nordeste. Uma particularidade é que alguns esqueletos estão praticamente completos e uma boa parte dos esqueletos estão articulados ou semi-articulados” comenta Jorge Luiz, biólogo e paleontólogo, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) com doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em Geociências com concentração em Paleontologia.

O valor científico das descobertas é que são mais pesquisas que visam entender a ocorrência desses animais do Pleistoceno e suas possíveis causas da extração, principalmente dos mega mamíferos, como a Preguiça Gigante.

Visita gratuita para um grupo local em um passeio com direito à explicaões científicas | Foto: Acervo

Como fazer o passeio

Os passeios podem ser agendados todos os dias, das 8 às 17 horas. Levam, em média, entre uma hora e meia a duas horas, a depender do ritmo de cada grupo e quais trechos serão percorridos.

É preciso, apenas, disposição e vontade de descobrir os segredos da Gruta Lapa Doce. Porém, roupas leves e calçados fechados – como tênis – são indispensáveis. Lanternas e capacetes são fornecidos no local, para garantir a segurança e a diversão.

Para chegar até o local, basta seguir pela rodovia BA-122 e sair da estrada no trevo do Distrito de Santa Rita, zona rural de Iraquara, seguindo por cerca de 2 km até a entrada da Fazenda Lapa Doce.

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