No embalo da FLICH, Lençóis inaugura centro de cultura

Às vésperas da Festa Literária Internacional da Chapada Diamantina (FLICH), que começa no próximo dia 3, a cidade de Lençóis/BA recebe o seu novo centro cultural. Instalado no bairro do Tomba, numa área de 1,4 mil metros quadrados (cerca de 500m² construídos), o espaço dispõe de biblioteca, sala de projeção e dois palcos de teatro.

“Esse centro nasceu da vontade de realizar, em Lençóis, uma festa literária”, conta o idealizador do projeto, Paulo Maciel, que assumiu todos os investimentos da obra. O arquiteto diz que foi “surpreendido” pela decisão da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) de organizar a FLICH neste ano: “A gente tinha a ideia de promover a festa quando a população já estivesse envolvida com o centro”.

Sala de cinema e palco de teatro numa sala com 112 lugares, cabine de projeção e camarim; área externa com palco e bar; uma biblioteca com acervo inicial de cinco mil livros; espaço de iniciação à informática; mezanino, varanda e gramado para a convivência; além do estacionamento. Estas são algumas das características que compõem o Centro Cultural de Lençóis. O espaço, ainda em obras, deve estrear durante a FLICH com a realização de cafés literários e debates sobre cinema.

Lençóis cultural

Os cineastas Orlando Senna e João Jardim devem fazer parte de um destes debates. Eles estão entre as principais atrações da Festa Literária, agendada para os dias 3 a 7 de setembro, com abertura em Seabra e seqüência em Lençóis. Lençoense radicado no Rio de Janeiro, Senna traz no currículo a fundação da Escola Internacional de Cinema de Cuba, junto ao escritor colombiano Gabriel García Marquez, morto há dois meses.

“Lençóis tem todos os méritos para que se faça a FLICH”, afirma Maciel, lembrando que Urbano Duarte e Afrânio Peixoto, escritores lençoenses do século 19, ocuparam cadeiras da Academia Brasileira de Letras (ABL). “A cidade respira cultura e tradição. E tem, em sua história, autores extraordinários. O Centro Cultural vem agregar valor a isto, para despertar na população o interesse pela leitura e a consciência cidadã.”

Eventos concomitantes

A abertura do Centro Cultural de Lençóis será “concomitante” à realização da FLICH, de acordo com Maciel, que explica: “não haverá festa de inauguração”. O novo espaço começará a funcionar após quase dois anos de obras, a contar da aprovação do projeto, em janeiro de 2013, pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Iphan) – como a cidade é tombada pelo órgão público, qualquer obra deve passar pelo seu crivo.

O local também deve se tornar a sede da Associação Ecoviva, fundada em 2008 por Maciel e o seu amigo Jorge Martins, professor que morou em Lençóis e faleceu no ano passado. “Esperamos que a associação possa se desenvolver a partir do centro”, diz o arquiteto. Segundo ele, a instituição é destinada a desenvolver projetos complementares à educação formal. A Ecoviva coopera na organização da FLICH e está buscando criar um grupo ligado ao Núcleo de Orquestras e Corais Infanto-juvenis no Estado da Bahia (Neojibá) em Lençóis.

Conheça as plantas do Centro Cultural de Lençóis:

CENTRO CULTURAL – FACHADA

TÉRREO

CORTE TRANSVERSAL

MEZANINO

CAFÉ E PALCO EXTERNO

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