Uma tour de grafite e conexão com a natureza

Antônio Laranjeira – 21 de março de 2023

O muralista baiano Eder Muniz, indicado ao Prêmio Pipa 2020, está em viagem por 22 dias na Chapada Diamantina. A tour tem como objetivo espalhar arte e conectar pessoas – e segue aberta a mudança de cursos.

Criar “um elo entre o Homem e a Natureza” é o objetivo principal dos grafites do artista, com trabalhos espalhados pela cidade de Salvador, num chamado ao pensamento “eco-lógico” contemporâneo. Terra, água, seres e ar em harmonia rítmica, proposta de forma colorida e poética, características principais do trabalho de Eder Muniz.

Artista do grafite reconhecido em Salvador e conhecido pelo mundo, Calango fala em entrevista ao Guia de Viagem Chapada Diamantina sobre sua ideia e apresenta um pouco do seu estilo de arte.


Antônio Laranjeira – O que “Calango” vem fazer na chapada?

O tour graffit é um projeto que nasceu da vontade de estar na Chapada e rever meus amigos e me conectar com a natureza ancestral, que me faz tanta falta na cidade. Viajar por diferentes lugares da região torna possível a viagem acontecer ou seja minha arte me faz viajar. Poder viajar com meu trabalho de muralista me dá a real conexão com o lugar e as pessoas.

Eder Muniz: Quantos dias leva essa tour?

Chego dia 20 de março e volto dia 3 de abril para Salvador. Ao todo são 22 dias.

AL – Onde você vai passar durante essa tour?

Desembarco em Ibicoara e passo 10 dias. Em Lençóis chego dia 30 e passo 4 dias. No Vale do Capão chego dia 2 de abril e passo 8 dias.

EM – Como pessoas podem ter sua arte?

Estou permutando alguns trabalhos por estadia, pois já são amigos e parceiros de outras viagens a Chapada. Mais também tem a proposta de agendamento de outros murais para pagar outros custos da viagem. Ou seja, minha ideia não é ganhar dinheiro mais sim fazer a viagem possível e conectar com as pessoas através da arte. Então a agenda para futuros trabalhos está aberta.

Biografia

Eder Muniz é artista autodidata, desde criança já esboçava os primeiros traços nas paredes da casa de uma tia, atualmente trabalha com grafites, nos quais mistura técnicas das artes plásticas e a técni- ca própria do grafite. Seus trabalhos têm como característica a ligação homem — natureza e es- tão espalhados por várias partes da cidade de Salvador.

No ano de 2000 ajudou a fundar o movimento Calangos de Rua, um coletivo de artistas, com intuito de levar cultura às comunidades da capital baiana. Em 2005 participou do projeto Salvador Grafita e a partir de então foi convidado para pa- lestrar nos Estados Unidos e realizar workshops em universidades e ONGs na cidade de Nova York.

De 2007 até 2010, “Calango” morou em Nova York, onde realizou exposições e criou grandes murais em organizações e residências particulares.

Participou também da criação do mural que conta a história de um dos bairros da cidade, o de New- ark. Esse bairro é conhecido pela diversidade de imigrantes, em particular, brasileiros.

Além disso, trabalhou como arte-educador em diferentes escolas do Brooklyn e Queens, criando murais com os estudantes. Em 2008 viajou para Sicília, Itália, e teve a oportunidade de ser convidado a realizar um de seus trabalhos na cidade.

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