Turismo Cultural

Visitar lugares e conviver com suas manifestações e bens culturais, fortalecendo identidades e difundindo o conhecimento local. Essa é a defi nição do turismo cultural que, na Chapada Diamantina, não se restringe à cultura do garimpo, abrangendo a riqueza arquitetônica da região e diversas expressões artísticas, com destaque para a música.

É comum estar pelo centros históricos e apreciar uma apresentação de Reisado ou da Marujada, escutar os sons das fi larmônicas e grupos musicais. A cidade de Lençóis e o distrito do Vale do Capão, em Palmeiras, se destacam pela concentração de manifestações artísticas de rua, onde todos os dias se apresentam artistas locais e viajantes de todas as partes do mundo. 

A história do garimpo é exposta em espaços culturais, como o Museu Vivo do Garimpo, em Mucugê, na Associação União dos Mineiros (Asum) de Lençóis; na Gruna Brejo Verruga e na Galeria Art&Memória, no distrito Igatu, em Andaraí. Mas a cultura garimpeira também pode ser apreciada na arquitetura de pedra predominante. Todo garimpeiro é um cortador de pedras e isso se reflete nas praças, pontes, casas e edifícios. Quem atravessa a BR 242 ou as estradas vicinais também pode observar quilômetros de muros de pedras que fazem a divisão de terras. A culinária tradicional também está presente e pode ser conferida na sessão Sabores da Chapada, nas págs 52 e 53. 

A Casa de Cultura Afrânio Peixoto, em Lençóis, reúne um rico acervo do consagrado escritor lençoense, com exposição permanente e atividades culturais diversas. Os prédios do IPHAN em Rio de Contas e Lençóis, além de possuírem arquitetura colonial, realizam eventos e exposições temporárias e possuem em seus interiores acervos bibliográficos históricos.

Comunidades tradicionais

As pequenas cidades históricas da Chapada Diamantina são as portas de entrada para um vasto universo cultural. O território reúne comunidades tradicionais de matriz africana, indígenas, ciganas, ribeirinhas, garimpeiras, vaqueiros e grupos de alternativos, cada qual com seus rituais, festejos e modos de viver. 

Desapegar do sinal de internet e entrar nas estradas de terra que levam às zonas rurais dos municípios pode render fortes experiências de conexão com modos de vida simples no sentido material, mas ricos em saberes locais. Há um modo característico da região para o cultivo e consumo de alimentos, construção, tecelagem, entre outros saberes locais que se desenvolveram através da oralidade, geração após geração, em pequenas comunidades.

Quilombolas

A Chapada Diamantina reúne mais de 80 comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Palmares. Nessas localidades, saberes e modos de fazer ancestrais preservam a resistência de culturas e identidades de matriz africana. Algumas dessas comunidades já se habituaram a receber os turistas com contações, rodas de conversa e amostras de produções locais. 

Em Andaraí, localizada às margens do Rio Santo Antônio, resiste a Comunidade Fazenda Velha, onde o turista pode curtir a tranquilidade da vida na roça e a culinária ribeirinha. Um grupo de Reisado mantém a tradição e se apresenta eventualmente.

Em Boninal, o Quilombo do Mulungú, há 4,7 km do centro da cidade, reúne um importante grupo de Reisado e cantadores de Chula, além de atividades de capoeira desenvolvidas pelo Mestre Peixe, nas noites de sexta-feira. Na associação de moradores são passadas informações sobre visitação ao Morro de Areia, uma pequena duna que destoa na paisagem pedregosa.

Em Lençóis, no povoado quilombola do Remanso, situado a 20 km do centro, oferece um delicioso passeio de canoa no pantanal do marimbus, os turistas podem provar da culinária ribeirinha e tradicional, além de conhecer a produção de redes de pesca com Dona Leonor, a arte das ervas com a raizeira Judite, as técnicas de produção de mel com Dona Joanita e escutar histórias ao som da sanfona do Mestre Aurino. 

Em Rio de Contas estão três das mais antigas comunidades quilombolas da Bahia. Situados a cerca de 30 km do centro urbano estão os povoados de Barra, Bananal e Riacho das Pedras, fundados no século XVII. Há quem procure as comunidades em busca dos trabalhos com as benzedeiras, como Dona Maria, de Barra. A culinária local também oferece deliciosas surpresas, como o cuzcuz com castanha de Pequi e o licor de Jabuticaba, que podem ser encontrados na Associação de Moradores de Bananal. 

Indígenas

Em Utinga resiste a última comunidade representante dos povos originários que habitavam a Chapada Diamantina, os Payaya. O povo, liderado pelo Cacique Juvenal Payaya, reúne trinta famílias que juntas mantêm um viveiro com mais de 70 variedades de plantas nativas. Da produção artesanal do grupo se destacam os cachimbos, fumos, rapés e compostos de ervas medicinais. O município ainda abriga uma grande comunidade cigana, comunidades quilombolas, vaqueiros e ribeirinhos, destacando-se como uma das localidades com maior diversidade cultural em todo o território da Chapada Diamantina.


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