Considerado o maior rio totalmente baiano – com mais de 600 quilômetros de extensão -, o Paraguaçu nasce na Chapada Diamantina e deságua na Baía-de-Todos-os-Santos, abastecendo mais da metade da capital. Com uma área de 55 mil quilômetros quadrados, sua bacia inclui 86 municípios, que correspondem a 10% do território do estado. Cerca de três milhões de pessoas dependem das águas do Paraguaçu.
Diante da importância desse manancial, o projeto Semeando Águas no Paraguaçu, promovido pela Conservação Internacional-Brasil, junto com o governo do estado, tem realizado diversas ações, desde 2013. Junto com as comunidades de 16 municípios da região do Alto Paraguaçu, já foram desenvolvidos desde treinamentos em coleta de sementes à produção e plantio de mudas, recuperação de ecossistemas, dias de campo, seminários e oficinas.
Em Lençóis, cerca de 35 participantes – que representam o poder público, as organizações da sociedade civil e de instituições de ensino – estiveram reunidos durante três dias – de 3 a 5 -, para conhecer o potencial de algumas ferramentas estratégicas, como as mídias sociais, além de criar produtos comunicacionais, a exemplo de spots para serem divulgados nas rádios. A Oficina de Capacitação em Comunicação aconteceu na sede do Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô e contou, também, com exposição fotográfica.
“Estou engajado neste projeto pensando nas questões da minha comunidade, que, muitas vezes, não tem conhecimento sobre a Bacia do Paraguaçu. Sou voluntário de ações socioambientais da Escola Municipal Artemísia Rodrigues Nogueira, do povoado de Santa Rita, em Iraquara. Percebo que a preocupação com a preservação está muito focada nos turistas e principais atrativos, quando devemos priorizar os moradores locais nas discussões. No primeiro dia de oficina, já revisei conceitos da faculdade, ao discutir a comunicação como uma construção de todos. Acho importante divulgar o projeto, explicando a sua importância para a nossa região”, explica José Carlos Lima, estudante de comunicação social da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Seabra.
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Iniciativa da Conservação Internacional (CI-Brasil), em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o projeto é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Até o fim deste mês, serão implementadas unidades demonstrativas de restauração ecológica nas cidades de Mucugê, Barra da Estiva e Ibicoara. As etapas de trabalho ainda incluem a adequação ambiental de propriedades, restauração florestal de matas ciliares e nascentes, acompanhadas da elaboração do plano estratégico para manutenção e recuperação da capacidade hídrica da bacia.
“Os objetivos do projeto estão diretamente relacionados com os objetivos do Parque Nacional da Chapada Diamantina, que é, dentre outros, o de assegurar a preservação de seus recursos naturais. Ambos buscam a proteção das nascentes e dos cursos d’água da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu, e 100% das águas que nascem e fluem por essa unidade de conservação federal são contribuintes do rio. Em se tratando de ecoturismo, no qual a educação ambiental está inserida no próprio conceito, sensibilizar moradores e turistas é interferir positivamente no comportamento individual e coletivo com relação à água”, explica Rogério Mucugê, coordenador do projeto.
No dia 25 deste mês, será a vez do “Diálogo das Águas”, que pretende compartilhar experiências de gestão das águas no Brasil. O encontro ocorrerá no auditório da Uneb, em Seabra. Para conhecer mais sobre o projeto, assista à série “Águas da Chapada”, produzida pela TVE, aqui:
Águas da Chapada; Gruta da Pratinha; Tribo Payayá; Morro do Pai Inácio
Foto do destaque: Balneário do Rio Paraguaçu – Arquivo Prefeitura de Andaraí
Texto: Verusa Pinho
Atualizado no dia 6 de março de 2015 às 8h35