Jovens da Chapada Diamantina se destacam em produções audiovisuais

As belezas naturais da Chapada Diamantina foram as grandes responsáveis por torná-la um dos destinos turísticos mais desejados do Brasil e do mundo. Composto por 24 municípios, o território da Chapada também apresenta uma diversidade cultural singular e característica. São comunidades rurais e urbanas que vivem diferentes contextos e enfrentamentos que a realidade local provoca. Para apresentar histórias de vidas das comunidades locais de forma artística, nasceu o Projeto Transições.

Projeto Transições
É um circuito de produção, premiação e circulação de curtas metragens que propõe contar histórias de transformação e reinvenção de vidas de pessoas nascidas no território. Para isso, o projeto incentiva o registro documental de realidades diversas, sempre focadas no território e tendo como guia o documentário piloto produzido pela equipe base do projeto e que será exibido na íntegra em 2019, já na etapa de circulação.

O início do Circuito ocorreu no ano passado, quando a equipe base composta pela gestora cultural Renata Reis, a historiadora Luciene Cruz e pelo cineasta Luiz Chaves, percorreu os municípios de Boninal, Itaetê, Seabra e Lençóis para conhecer diferentes realidades locais e como dialogam com o contexto contemporâneo. “Desta viagem, surgiram três personagens fortes – Carol, Mila e Joanita – três mulheres de diferentes gerações que nos oferecem reflexões sobre acesso à universidade, intolerância religiosa e adaptação ao mercado do turismo local”, conta Renata Reis.

Contemplado no Edital Territórios Culturais da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, o projeto tem como um dos objetivos, revelar a diversa realidade da Chapada Diamantina. A proposta do Circuito busca, também, contemplar diferentes olhares para esta realidade. Foi assim que o Circuito Transições entrou em sua segunda etapa – a premiação – quando já no início de 2019 lançou uma seleção de abrangência territorial, onde jovens profissionais entre 16 e 29 anos, atuantes e residentes na Chapada, puderam concorrer a quatro prêmios no valor total de R$ 2.500,00 cada, apresentando propostas de argumentos dentro do conceito proposto.

Sobre os curtas e os jovens premiados

Uilami Dejan, de Lençóis. Curta:  “A luta e o luto quilombola”

O jovem lençoense Uilami Dejan conta, através do curta “A luta e o luto quilombola”, a história da liderança comunitária Iracema Sacramento e sua história ancestral de luta e permanência na terra da comunidade quilombola da Iúna, uma história que passa pela luta da terra, do reconhecimento identitário da comunidade, pelas resistências ao racismo e suas estruturas e a ausência de políticas públicas voltadas para as comunidades rurais e quilombolas.

Amanda Guerra, residente de Ibicoara. Curta: “Estrelas de Maria”

Amanda Guerra reside na zona rural de Ibicoara, de onde conta a história de  Dona Nice no curta “Estrelas de Maria”. A protagonista aprendeu a tocar e cantar  reis com 10 anos de idade, viajando pelos povoados com seus tios. Quando crescida, entendendo que esse era um ambiente exclusivo aos homens, percebeu a injustiça e decidiu, com mais oito mulheres, montar um Terno de Reis feminino e assim foi feito. O curta trará essa resistência ao sistema machista e excludente das culturas populares. Da dificuldade de incentivos financeiros por parte do governo e da invisibilidade por estarem no interior da Bahia.

Larissa Leão, de Palmeiras. Curta: “Mãos Abundantes”

Larissa Leão traz o curta “Mãos Abundantes”, onde conta a história de Laura e Gilvânia, duas histórias de vida diferentes que se encontram no interior da Bahia. Uma sempre trabalhou e viveu do plantio da roça a outra veio da cidade grande para construir sua identidade de baiana do acarajé e se sustentar. Duas empreendedoras que se encontram nas diferenças e semelhanças que a vida nos coloca e vão contar de forma poética quais são as transições e transformações que sofreram e fizeram nas suas vidas.

Jéssica Sueli, da Vila de Igatu. Curta: “Chicão – Arteologia do garimpo”

O quarto curta premiado vem da vila de Igatu, município de Andaraí.. Em “Chicão – Arteologia do garimpo” Jéssica Sueli conta a história de vida de Chicão, ex – garimpeiro que teve que se reinventar  quando o garimpo foi proibido, migrando sua atividade econômica para um bar na comunidade, onde é conhecido como “o único dono de bar que não bebe” e utiliza os conhecimentos em artefatos de porcelana e plantas, aprendidos quando criança.

Etapa de Circulação
A etapa de circulação do Circuito está prevista para 2019 e a data está em negociação junto ao apoiador do projeto. Os curtas estão em produção e as cidades selecionadas para assistir todo o material produzido são Novo Horizonte, Wagner, Itaetê, Bonito e Marcionílio Souza. “Selecionamos as cidades ao analisar aspectos como baixo Índice de Desenvolvimento Humano e seu reduzido acesso às ações culturais em comparação com outras cidades da Chapada. Mas já temos convites para exibir os curtas em outros lugares e queremos que os temas abordados alcancem o maior público possível, contribuindo para fortalecer o audiovisual como condutor de reflexões em sintonia com a realidade contemporânea e local”, complementa Renata.

Você pode acompanhar o desenrolar deste projeto, suas etapas e calendário de circulação através do Facebook e do Instagram.
O Circuito Transições é uma realização Coletivas e Zanzar Filmes, com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Mais informações
Renata Reis: (75) 99841-6005
Email: transições.projeto@gmail.com

 

 

 

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