Cientistas e estudantes aprendem mais sobre a Chapada Diamantina

Pesquisadores e estudantes desbravam lugares da Serra do Sincorá e mostram como Turismo e Ciência são aliados neste território da Chapada Diamantina.

Antônio Laranjeira – 24 de novembro de 2022

Pesquisadores em campo coletam amostras e fazem registros | Foto: Divulgação

As rochas são parte do patrimônio de uma região e na Chapada Diamantina a conservação geológica tem sido uma via de desenvolvimento do turismo.

A Espeleologia, disciplina científica da área de Geologia que estuda as profundezas rochosas, tem essa região da Bahia como uma das mais diversas do estado.

Em novembro, os pesquisadores Raphael Parra (mestrado) e Nuno Vieira (doutorado) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizaram uma pesquisa de extensão que forneceu novas descrições de geossítios na Serra do Sincorá.

GEOSSÍTIOS NA CHAPADA

As formações geológicas descrevem a história das rochas da Chapada Diamantina e reforçam o quanto ainda existem muitos lugares a serem estudados pela Ciência.

Rodrigo Valle Cezar, educador ambiental e membro da comissão executiva da Associação Geoparque Serra do Sincorá (AGS), também esteve envolvido na última expedição às grutas do Lapão (Lençóis) e do Morro do Castelo (Vale do Pati). O objetivo é monitorar a dinâmica geologica desses atrativos naturais.

Gruta sendo monitorada pela equipe da UFBA/AGS

“Esses sítios são lugares que têm condições geológicas que ajudam a explicar a origem e a evolução das formações rochosas. Esse conhecimento é importante sobretudo para guias e condutores que vivem na Chapada Diamantina e promovem passeios por essas cavernas”, afirma Rodrigo.

Os registros descrevem, por exemplo, lugares que podem ter sido habitados ou que podem representar riscos para trilhas do Turismo de Aventura por conta da erosão de blocos de rocha, detecções que precisam ser descobertas em campo pelos geólogos da UFBA.

Agora o monitoramento dos geossítios deve ser feito periodicamente para informar com maior precisão quais alterações a paisagem sofreu, como erosões por conta do vento, da chuva e da ação humana.

EDUCAÇÃO E PATRIMÔNIO

Desde 2016, os voluntários da AGS atuam para o reconhecimento do Geoparque Serra do Sincorá de modo local junto às populações locais e de modo global junto à Unesco.

A Serra do Sincorá é uma cadeia de montanhas que fica localizada entre os municípios de Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras, área ambiental que demanda uma gestão territorial participativa. Por isso foi criado um projeto de criação de um geoparque.

Uma das atividades para cumprir essas metas é o “Programa de Educação Geombiental nas Escolas Públicas”. A primeira escola pública a receber a ideia foi o Centro Educacional Renato Pereira Viana (CERPV), em Lençóis.

Estudantes de Lençóis em visita ao Parque da Muritiba para observação | Foto: Divulgação

“Na atividade deste mês, levei os estudantes do primeiro ano do Ensino Médio ao Parque da Muritiba. Fizemos observações e explicações didáticas sobre a idade das rochas da Chapada Diamantina. Todos ficam muito curiosos em entender como se formam montanhas e grutas que eles podem ver de perto aqui”, comenta Rodrigo.

Em 2023, a meta é que o projeto-piloto de Educação seja implantado em outras escolas públicas do ensino médio na região da Chapada Diamantina. Para isso a AGS busca o apoio de pessoas com competências didáticas e disposição solidária.

Saiba como ser um colaborador ou doador da Associação Geoparque Serra do Sincorá e apoie essas e outras atividades socioambientais.

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