A primeira edição da Festa Literária Internacional da Chapada Diamantina (FLICH 2014) reuniu cerca de 50 convidados e promoveu o lançamento de mais de 30 livros durante os dias 3 a 7 de setembro. “O evento superou nossas expectativas. Embora tenha sido organizado em pouco tempo, foi um sucesso”, declarou a coordenadora da iniciativa, Cristiane Andrade, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB/Seabra). Notícia completa
Danilo Caymmi foi a estrela maior da primeira edição da Festa Literária Internacional da Chapada Diamantina (FLICH 2014). Na última noite do evento, o cantor transformou o Teatro de Arena num local de espetáculo — como há muito tempo não se via na cidade. Centenas de pessoas cantaram juntas e se emocionaram ao som de “É doce morrer no mar”, do pai do músico, Dorival Caymmi, e de “Eu sei que vou te amar”, do grande poeta Vinicius de Moraes, cuja ex-mulher Gessy Gesse estava em Lençóis no último final de semana. Leia mais
Na sexta-feira (5), o segundo dia de realização da FLICH em Lençóis, os auditórios foram um abrigo contra a garoa insistente. Discutiu-se a vida e obra de Jorge Amado, Dorival Caymmi e Orlando Senna, expoente lençoense do Cinema, em cinco mesas de debate realizadas simultaneamente. Professores da UNEB e convidados exploraram temas como a importância da literatura na escola, “afrobaianidades” e a cultura digital. No Mercado Cultural, os artistas do grupo Canastra Real, vindos de Salvador, cantavam e contavam histórias para crianças, em meio à feira de livros montada no local. À tarde, autores de “literatura periférica”, entre eles o poeta mineiro Sérgio Vaz, reuniram-se no novo Centro Cultural para defender a produção artística e a inclusão social nas classes e regiões abandonadas pelo Estado e deixadas às margens do Mercado, por assim dizer — seus projetos pessoais e públicos, a exemplo da Cooperifa em São Paulo, provam que a literatura e a arte pulsam e precisam de reconhecimento nas periferias brasileiras.
As ruas se agitaram quando anoiteceu. Embaixo da chuva, o grupo Maracatu Diamante, inspirado na afrodescendência pernambucana, atravessava a Praça Horácio de Mattos com o seu baque-virado. Alfaias, ganzás e um ganguê, instrumentos típicos deste que é um dos primeiros estilos musicais do Brasil, atraíam um público cheio de câmeras para em volta. Convidado especial, o diretor de Cultura de Lençóis, Ramiro Luiz Barbosa, era o porta-estandarte e erguia a bandeira: DIAMANTE. Com ela, abriu caminho até a porta do Mercado Municipal, onde o paulista André Valladão, criador e regente do grupo, fez sinal de parada e gritou: “Vamos esperar o Reisado terminar”. Lá dentro, um círculo de moradores de Boa Vista de Tupim, cidade chapadense a 120 quilômetros de Lençóis, cantavam homenagens aos três reis-magos da Bíblia, com viola, voz baixa e um bater de palmas peculiares dessa tradição colonial. Eram idosos, na maior parte, vestiam roupas coloridas e cantavam loas aos santos-reis. O grupo se despediu, e cinco Vaqueiros Literários — círculo de poetas vindo de Andaraí, cidade vizinha a Lençóis — recitaram as aventuras e tristezas da vida de quem toca rebanhos no sertão.
Começou na quinta-feira (4) a FLICH em Lençóis, num Mercado Cultural repleto de livros à venda, stands de editoras e revistas pendendo do teto. Por volta das 20h, a Praça dos Nagôs foi tomada por um desfile enérgico: era a fanfarra de Lençóis abrindo alas, com bailarinas e porta-estandarte, para o evento organizado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB/Seabra). Moradores e turistas aplaudiram com entusiasmo a banda, que fez vibrar as mesas das lanchonetes vizinhas com bateria e metais. “É raça e vibração!”, cantaram eles, entre coreografias e revezamentos. Leia mais
Não é à toa que Lençóis — porta de entrada da Chapada Diamantina — está sediando a nova festa literária da região baiana. A cidade traz em sua história pelo menos dois grandes nomes da literatura brasileira: Afrânio Peixoto (1876-1947) e Urbano Duarte (1855-1902). Ambos foram pensadores, escritores e colaboradores de diversas áreas do conhecimento humano, tendo ocupado, respectivamente, as cadeiras 7 e 12 da Academia Brasileira de Letras (ABL), com romances, ensaios e roteiros de teatro que os consagraram no universo literário. A história desses autores pode ser conhecida com maior profundidade em Lençóis, na Casa Afrânio Peixoto (centro de cultura que funciona na cidade, com programação o ano inteiro) e na Biblioteca Urbano Duarte, que costumava ser a residência desse autor. Após uma vida de rica produção literária, tanto Afrânio como Urbano, lençoenses natos, morreram no Rio de Janeiro — onde se concentravam os intelectuais do Brasil na primeira metade do século 20.
Às vésperas da Festa Literária Internacional da Chapada Diamantina, a cidade de Lençóis/BA recebe o seu novo centro cultural. Instalado no bairro do Tomba, numa área de 1,4 mil metros quadrados (cerca de 500m² construídos), o espaço dispõe de biblioteca, sala de projeção e dois palcos de teatro. “Esse centro nasceu da vontade de realizar, em Lençóis, uma festa literária”, conta o idealizador do projeto, Paulo Maciel. Notícia completa
Acadêmicos baianos estão organizando a nova promessa em festivais de literatura no Brasil: a FLICH (Festa Literária Internacional da Chapada Diamantina). O evento atualiza o calendário turístico baiano e coloca as cidades de Lençóis e Seabra no mapa das iniciativas culturais de grande projeção no País. 50 convidados estão confirmados para dar palestras, conferências, shows, performances e oficinas. O público é estimado em oito mil. Leia a notícia completa