O 4º Festival de Jazz do Capão começa no próximo fim de semana com destaque às ondas sonoras do dinossauro Raul de Souza, trombonista que já tocou com Sérgio Mendes, Milton Nascimento, Tom Jobim e Hermeto Pascoal. O músico de 80 anos entra em cena na primeira noite do evento (sexta-feira, 19), que termina na madrugada de sábado (20).
A abertura do festival está marcada para as 20h, com shows de grupos do Capão: o Gira Sol, formado por mulheres que interpretam cantigas da música brasileira; o Candombá, com músicos estrangeiros que propõe arranjos jazzísticos; e o Mundarejo, que atua com artes circenses e teatrais. Entre estas bandas e o jazzista Raul de Souza, apresenta-se o baiano Tiganá Santana, cujo disco “The invention of colour” figurou entre os melhores de 2013 nas revistas Songlines, da Inglaterra, e Mondomix, da França.
No segundo dia, sobe ao palco o músico Ricardo Herz com o seu mais recente trabalho, “Aqui é o meu Lá”. Influenciado por artistas como Dominguinhos e Luiz Gonzaga, o violinista mistura ritmos brasileiros, africanos e a improvisação do jazz. Ele começa às 20h, e precede o show do percussionista baiano Gabi Guedes, que já foi parceiro de Margarete Menezes e orquestras. Guedes apresenta, na ocasião, o seu show pessoal “Pradarrum!” Em seguida, Dori Caymmi traz músicas inéditas para o público.
Sem hora pra acabar
“Como o jazz é um estilo de improviso, em que a música pode fluir livremente, não há restrições de horário para a apresentação dos artistas”, contou uma das organizadoras do festival, Marília Gil Moreira, ao Guia. Na última edição, os shows passaram da meia-noite, e neste ano não deve ser diferente, segundo ela.
Junto com o diretor artístico do Festival de Jazz do Capão, o soteropolitano Rowney Scott, Marília está à frente de uma equipe de vinte produtores, com mais de cinquenta pessoas lhes dando suporte. O evento, criado em 2011 e que conta com financiamento obtido por meio de editais, deve atrair cerca de mil pessoas por dia – no ano passado, houve noite em que se estimou a presença de mais de duas mil. Para evitar transtornos, a equipe organizadora recomenda o público a evitar o uso de automóveis e, àqueles que estiverem motorizados, estacionar o carro longe do centro (de preferência, antes da ponte que dá acesso à vila). [Veja como chegar ao Capão]
Fiel às tendências do Vale do Capão, lugarejo de atmosfera mística em plena Chapada Diamantina, a equipe organizadora se diz empenhada na promoção de campanhas que evitem impactos ambientais durante o festival, assim como na conscientização do público para a necessidade de preservação da natureza e respeito à cultura local: “Se conseguirmos manter o festival como um evento ‘conscientizador’ da necessidade de preservação da natureza, já vou me sentir muito realizado”, declarou Scott.
Mais informações: Página Oficial – Festival de Jazz do Capão
Fotos: Divulgação