Artistas lançam campanha de financiamento coletivo para promover cultura quilombola

Com informações da Assessoria de Imprensa: A4&Holofote.
Foto de destaque: Comunidade Quilombola de Barra do Brumado, em Rio de Contas. Fotógrafo: Alvaro Villela.

No início de 2018, o artista Evandro Angerami e a diretora de arte e pesquisadora cultural Julia Paranaguá pegam estrada rumo à Chapada Diamantina. A dupla carrega na mala um projeto de arte-educação, em financiamento coletivo, que tem como objetivo estimular a cultura tradicional em comunidades quilombolas para a geração de renda local.

Batizada de Trajetórias, a expedição passará por quatro quilombos dos municípios de Lençóis e Rio de Contas. São eles: Remanso, Iúna, Bananal e Barra do Brumado. O roteiro, que deverá se estender por quatro semanas, prevê a realização de oficinas de pintura para crianças e a criação de murais em conjunto com cada uma das comunidades, além da capacitação de jovens e adultos em xilogravura, com o ensino de técnicas de impressão e composição visual.
“Os temas para a elaboração desses trabalhos são sempre escolhidos pelos próprios quilombolas. Para além das questões práticas, o projeto pretende reafirmar suas raízes culturais,  fortalecendo a autoestima de cada um desses indivíduos, produtores de uma cultura riquíssima”, afirma Angerami.

Ao final de cada uma dessas experiências, prensas de xilogravuras serão doadas às comunidades. A ideia é que, a partir das oficinas de capacitação, os quilombolas consigam não apenas preservar a memória e os saberes tradicionais de sua produção, mas monetizá-la com a venda de gravuras aos milhares de turistas que viajam à região todos os anos.
“A Chapada Diamantina é um dos principais polos de ecoturismo do país e, ainda assim, muito pouco de toda riqueza gerada em torno disso é revertida a essas comunidades quilombolas, que hoje se encontram em uma situação de vulnerabilidade econômica e social”, pontua o artista.

Xilogravura
Xilogravura ou xilografia significa gravura em madeira. É uma antiga técnica, de origem chinesa, em que o artista utiliza um pedaço de madeira para entalhar um desenho, deixando em relevo a parte que pretende fazer a reprodução. Em seguida, utiliza tinta para pintar a parte em relevo do desenho. Na fase final, é utilizado um tipo de prensa para exercer pressão e revelar a imagem no papel ou outro suporte. Um detalhe importante é que o desenho sai ao contrário do que foi talhado, o que exige um maior trabalho ao artesão.
A xilogravura é muito popular no nordeste do Brasil, frequentemente utilizada para ilustração de textos de literatura de cordel.

Impressão em xilogravura. Foto: Google.

Inspiração
Evandro Angerami sempre teve gosto por pintar ao ar livre. A relação com o entorno o inspira e permite a ele metamorfosear-se com o universo ao qual se propõe a mergulhar. Não por acaso, realizou inúmeras viagens com telas, tintas e pincéis na bagagem.
Em 2014, em meio a uma temporada junto aos índios Kayapós, na Vila de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros (GO), sentiu que a comunidade tinha um interesse especial por seu ofício. Na ocasião, tinha a tiracolo um pequeno bloco de papel, alguns pincéis e um estojo de aquarela.
Depois de alguma insistência, pintou à frente de todos uma paisagem. O feito causou surpresa na comunidade. “Somente as pessoas de bem têm o poder de transformar. Você é, de fato, um artista”, comentou na ocasião umas das lideranças locais. Estabelecia-se ali uma relação de confiança entre o artista e aquela tribo, semente de uma série de oficinas que se desenrolaram desde então.

Trajetórias é o resultado do amadurecimento dos projetos artísticos, educativos e sociais realizados por Angerami, em parceria Julia Paranaguá.  Além do trabalho com os índios Kayapós, a dupla esteve também no quilombo Mumbuca, no Jalapão (TO) e em São Gonçalo do Rio das Pedras (MG).
“Essa expedição não tem qualquer caráter assistencialista. Vou muni-los de recursos materiais e técnicos, sim, mas para que desenvolvam ali uma economia criativa a partir de um conhecimento que já têm. É sempre uma relação muito intensa de troca. A cada uma dessas imersões, meu trabalho enquanto artista plástico se transforma”, diz Angerami.

Financiamento coletivo
A expedição Trajetórias está prevista para o início do próximo ano. Sua concretização, entretanto, depende do sucesso da campanha de financiamento coletivo que os artistas estão promovendo no site Solidário. Na página do projeto, há uma relação descritiva de todos os custos que terão – não apenas com a viagem, mas também com a compra de materiais como tintas, telas, pincéis para a promoção das oficinas, além, de é claro, com a compra das prensas de xilografia que serão deixadas para as comunidades.

Informações para a imprensa: A4&Holofote
Telefone: +55 11 3897-4122
Cristiane Nascimento – cristianenascimento@a4eholofote.com.br
Mariana Tessitore – marianatessitore@a4eholofote.com.br
Neila Carvalho – neilacarvalho@a4eholofote.com.br
Para mais informações: https://solidariobrasil.com.br/projeto/trajetorias

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