Poço Azul e Poço Encantado

As grutas com poços de água cristalina são atrações muito singulares na Chapada Diamantina. A combinação entre as formações rochosas, a transparência da água e a incidência da luz solar criam uma atmosfera mágica, tornando o Poço Azul e o Poço Encantado, dois atrativos de tirar o fôlego de qualquer um.

Poço Encantado. Foto: Rui Rezende.

Uma das coisas que mais impressiona nos poços é que, mesmo com a profundidade, com áreas que variam de 20 a 60 metros, é possível ver nitidamente tudo o que está no fundo, como pedras e troncos de árvores. À primeira vista, ainda é possível confundir onde termina a rocha e onde começa o meio aquático. Uma das justificativas para tanta limpidez é a existência de elementos como o carbonato de cálcio. De acordo com Ismael Júnior, “ele filtra a água, contribuindo para a sua transparência”.

Poço Azul. Foto: Thalison Ribeiro.

Já a coloração da água é explicada pelo biólogo Roy Funch: segundo ele, este tom azulado se deve basicamente pela mesma razão que o céu é azul. “A luz visível que vem do sol é composta por todas as cores e, ao encontrar com a atmosfera, ela passa direto, enquanto a luz azul bate nas moléculas de nitrogênio e oxigênio e é refletida em todas as direções”, explica.

Poço Azul. Foto: Rui Rezende.

As duas grutas possuem características semelhantes, mas cada uma tem sua particularidade.
O Poço Encantado é maior e mais profundo, com 98 metros de comprimento e 49 de largura. Neste, não é permitido entrar na água, mas vale a pena visitá-lo para contemplação.
Já no Poço Azul é permitido realizar flutuação pelos seus 40 metros de extensão e 20 metros de largura. O que faz com que um seja aberto à flutuação e o outro seja fechado, é que no Poço Azul a água é corrente, portanto a ação humana não afeta a visibilidade, diferente do Poço Encantado.

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Durante a temporada do raio
Entre o inverno e o outono, devido à posição do sol, os raios solares penetram nas cavernas e atravessam os poços, formando um incrível feixe de luz azul turquesa que acende ainda mais as suas cores. Um fenômeno natural que os torna ainda mais fascinantes!

Poço Encantado de fevereiro a outubro, com a incidência do raio solar. Foto: Branco Pires.

 

Poço Azul de fevereiro a outubro, com a incidência do raio solar. Foto: Itamar Gomes da Silva.

 

Fora da temporada do raio

Entre os meses de novembro a janeiro, em ambos poços, a incidência solar não ocorre diretamente na água, mas é maior e dura mais tempo (das 10h às 16h), contribuindo para a visibilidade no mergulho.

“Apesar do fenômeno único promovido pelo feixe de luz, a beleza dos poços não é determinada por eles”, diz Ismael Júnior, guia de turismo do Poço Azul. É claro que eles dão um plus, fazendo o passeio valer ainda mais a pena, porém, em qualquer época do ano é possível contemplá-los.

O Poço Encantado também não perde a exuberância. “Neste período o poço fica completamente azul, tão encantado quanto nas outras datas. Além disso, a visibilidade do fundo do poço sem o raio é ainda melhor”, afirma Renilson Brito Mota, responsável pelo atrativo.

Os dias de chuva ou nublados são as únicas possibilidades de frustrar o visitante. Porém, esse não é motivo para preocupação, já que os atrativos estão localizados em regiões semiáridas, onde o sol reina quase absoluto durante todo o ano.

Poço Encantado de novembro a janeiro, sem a incidência do raio solar. Foto: Rodrigo Dantas.

 

Poço Azul de novembro a janeiro, sem a incidência do raio solar. Foto: Karsten Rau.

 

Descobertas históricas

O Poço Azul é o maior sítio paleontológico submerso do Brasil. Em 2005, fósseis de vários animais foram resgatados a mais de 15 m de profundidade. Foram identificadas 14 espécies diferentes. Entre os achados, chama a atenção o de um esqueleto quase completo de um mamífero herbívoro gigantesco que viveu em todas as Américas até cerca de 11 mil anos atrás: a preguiça terrícola, que chegava a medir 6 m de comprimento. Durante o trabalho, coordenado pelo paleontólogo Cástor Cartelle, da PUC de Minas Gerais e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também foram coletados fósseis de outra preguiça terrícola, que permitiram ao pesquisador fazer uma nova descrição dessa espécie, antes classificada de forma equivocada.

A descoberta ocorreu em 1995, quando mergulhadores encontraram um crânio que mais tarde seria identificado como o de uma preguiça gigante. Dois anos depois, o mergulhador e cinegrafista Túlio Schargel, durante trabalho de mapeamento da caverna, achou, a 15,5 m de profundidade, uma costela desse mamífero medindo 1,20 m. Então, ele entrou em contato com Cartelle para iniciar um projeto de retirada dos fósseis,  com a participação de outros dois paleontólogos, o canadense Gerry de Iuliis e o francês François Pujos, dedicados ao estudo da história das preguiças gigantes nas Américas. Mais tarde, a equipe descobriu outros sítios submersos no poço.

Os três paleontólogos e uma equipe de cerca de 30 pessoas se reuniram em 2005 na Chapada Diamantina para o resgate dos fósseis. Foi retirado um esqueleto praticamente completo de uma preguiça terrícola da espécie Eremotherium laurillardi, a maior desse grupo de mamíferos que habitou as Américas há cerca de 11 mil anos. Esse animal chegava a medir 6 m e ter o volume de um elefante, com cerca de cinco toneladas. Mais informações sobre essa descoberta, você encontra aqui.

 

O recolhimento dos fósseis no Poço Azul, em 2005. Fotos: Site Ciência Hoje.

 

Esses roteiros são recomendados para pessoas de todas as idades e podem ser feitos no mesmo dia. É possível chegar de carro até o atrativo e os únicos esforços físicos são as escadarias que dão acesso aos poços.

Visitação no Poço Azul. Foto: Alex Uchoa.

Veja outras grutas e cavernas na região.

Poço Azul, em Nova Redenção.
Distâncias de carro saindo de: Andaraí 46 km, Mucugê 64 km, Lençóis 86 km.
Melhor época para ver o raio: de 08 de fevereiro a 20 de outubro
Melhor horário para ver o raio: 12h30 às 14h00
Taxa de visitação: R$ 30,00 por pessoa. Inclui equipamento de flutuação.

Poço Encantado, em Itaetê.
Distâncias de carro saindo de: Andaraí 45 km, Mucugê 47 km, Lençóis 141 km.
Melhor época para ver o raio: 01 de abril a 10 de setembro
Melhor horário para ver o raio: das 10h às 13h30
Taxa de visitação: R$ 30,00 por pessoa

Veja aqui como chegar à Chapada Diamantina.

Dicas:
– Para não pegar filas, procure visitar os poços fora de feriados prolongados e período de férias.
– Evite usar creme de cabelo, hidratante e protetor solar antes de ir ao Poço azul. Mesmo sendo obrigatório tomar uma ducha antes de entrar, isso contribui para diminuir as impurezas do corpo e manter a água sempre limpa.

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